MULHER É VITIMA DE RACISMO EM BOUTIQUE DE SHOPPING
- Alana Oliveira

- 21 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Vítima é delegado da policia civil

A delegada Ana Paula Barroso carregava uma sacola em uma mão e um sorvete na outra quando decidiu entrar na loja Zara localizada em um dos principais shoppings de Fortaleza, o Iguatemi, na terça-feira passada, 14 de setembro. Não demorou para que fosse surpreendida pelo gerente da loja, que teria barrado a sua entrada sob a justificativa de “normas de segurança”.
Sem entender o que estava acontecendo, ela perguntou se o problema era o sorvete que estava tomando, com a máscara para proteger-se contra o coronavírus arqueada no queixo. Como resposta, contou que ouviu apenas que não poderia ficar ali e foi conduzida à saída.
Próximo à Zara, Ana Paula perguntou a um segurança do shopping se baixar a máscara enquanto tomava um sorvete era motivo para impedir sua entrada na loja. Ele negou e acionou o chefe de segurança do shopping, que a reconheceu como delegada, por já terem trabalhado juntos. Ambos retornaram então à Zara para falar com o gerente. “Ele perguntou ao funcionário o que havia acontecido, e ele foi logo dizendo que não tinha preconceito, que tinha amigos negros, gays e lésbicas”, narra a delegada Anna Claudia Nery da Silva, que agora investiga o provável caso de racismo. “Quando ele fala esta frase, já mostra que há um preconceito”, acrescenta. O chefe de segurança então mediou a situação, e o gerente disse ter sido mal interpretado e acabou pedindo desculpas, conforme depoimentos ouvidos por Nery.
Ana Paula Barroso se disse “emocionalmente abalada”. “O sentimento que tive foi o de ser indigna de estar naquele ambiente, naquele lugar. Um ambiente de tratamento seletivo. Fiquei impactada. É uma coisa que você não espera. Você sente o não pertencimento. Foi como se aquele lugar não me pertencesse, como se eu não pudesse estar ali.
Fiquei emocionalmente abalada”, disse, acrescentando que não costuma frequentar a loja. “Nunca vou lá. Mas, como tudo na vida, e como cristã que sou, acredito que nada acontece por acaso. Para tudo há um propósito. Estou em um departamento da Polícia Civil que atende a grupos vulneráveis. E Deus permitiu que eu entrasse naquela loja, que eu nem ia entrar, e passasse por esse dissabor, para que isso não ficasse impune”, completou.
Na versão da Zara, Ana Paula teria sido impedida de permanecer na loja porque estaria sem máscara, uma exigência sanitária por conta da pandemia. “O que aconteceu é que esta cliente delegada entrou na loja sem máscara. E nosso gerente a abordou para que ela colocasse a máscara, porque estamos obedecendo regras de segurança em todas as nossas lojas do Brasil”, alegou por telefone uma fonte da empresa, que pediu para não ser identificada.






















Comentários