Fim de uma longa espera: com atuação de Lindbergh e Marina do MST assentamento Irmã Dorothy, em Quatis (RJ), conquista a titulação da terra
- RJ

- 16 de out.
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A emoção marcou a tarde de ontem, 15 de outubro, no Assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, no Sul Fluminense. Após duas décadas de persistência e resistência, 43 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) receberam, em cerimônia oficial, o documento que lhes garante o direito definitivo à terra, um ato simbólico e crucial para a Reforma Agrária Popular na região.
O marco é fruto de uma parceria institucional entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o MST. O evento contou com a presença de lideranças políticas que acompanharam de perto esta trajetória, incluindo a deputada estadual Marina do MST (PT) e Olavo Brandão, Secretário de Assuntos Institucionais do PT do estado do Rio.
A Dignidade do Direito à Terra
Em seu discurso, Olavo Brandão ressaltou a importância da conquista sob a perspectiva da dignidade humana e social.
"A entrega desses títulos hoje não é apenas um ato burocrático, é a materialização de um princípio fundamental: o direito à terra. O direito à terra é o direito à dignidade, é o direito de não ser invisível", afirmou o Secretário de Assuntos Institucionais do PT-RJ. "Quando o Estado, em parceria com os movimentos sociais, cumpre seu papel e assegura a posse, está garantindo o direito à moradia, à produção de alimentos e, acima de tudo, o direito de sonhar e de construir um futuro em seu próprio chão. É um passo gigantesco contra a desigualdade histórica que marca o nosso país."
Incentivo à Produção e Segurança Alimentar
A celebração foi ainda mais completa com a entrega de um trator, viabilizado por meio de emenda parlamentar do deputado federal Lindbergh Farias (PT). O equipamento chega para auxiliar as famílias na produção agrícola, um pilar central da organização do Assentamento Irmã Dorothy.
Representando o deputado Lindbergh Farias, uma nota lida no evento destacou o papel dos assentados na segurança alimentar e na produção de alimentos saudáveis.
"O MST, através de assentamentos como o Irmã Dorothy, tem se tornado um celeiro de produção de alimentos de qualidade, cultivados com respeito ao meio ambiente através da agroecologia. Entregar este trator é um investimento direto na força e na capacidade produtiva dessas famílias. O trabalho da Reforma Agrária não se resume a dar o lote; ele prospera ao fornecer as condições para que o trabalhador rural produza e alimente a sociedade. O que nasce aqui é mais do que colheita, é a certeza de que a terra está cumprindo sua função social, gerando renda e contribuindo para levar comida de verdade à mesa do povo fluminense", dizia a nota.
A deputada Marina do MST, que tem sido uma voz ativa na defesa do assentamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), celebrou a vitória como um exemplo de que a luta organizada é capaz de superar a morosidade e os entraves burocráticos.
"Estive com essas famílias desde o início dessa caminhada, lado a lado, acreditando que cada semente plantada com coragem e organização daria fruto. E deu: agora, cada contrato assinado é mais do que um papel — é dignidade, é futuro, é alimento saudável chegando na mesa do povo. Essa vitória é de quem resiste, insiste e cultiva esperança. De quem não desiste da terra, da agroecologia e de um Brasil mais justo. Seguimos firmes, com o coração cheio de gratidão e os pés fincados no chão da luta."
Com a terra finalmente regularizada e o apoio de ferramentas de trabalho, as 43 famílias do Assentamento Irmã Dorothy viram o sonho de duas décadas se transformar em uma conquista consolidada, abrindo um novo capítulo de esperança e trabalho no campo.






















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