ESCUTA DE CRIANÇAS TRAZ NOVO OLHAR PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA EM ANGRA DOS REIS
- Alana Oliveira

- 14 de set. de 2022
- 3 min de leitura
Projeto Primeira Infância Cidadã (PIC) promoveu atividades com crianças de 4 a 11 anos. Saúde, educação, moradia, transporte público e meio ambiente são temas contemplados

Crianças de Angra dos Reis participaram de uma etapa importante para o levantamento de informações sobre a situação da infância no município, por meio da escuta qualificada realizada pelo Projeto Primeira Infância Cidadã. Escutar ativamente, aprender e trazer a perspectiva das crianças sobre a cidade e o espaço em que estão inseridas são o foco das atividades que tiveram 32 participantes (um grupo com 13 crianças de 4 a 6 anos e outro com 19 crianças, com idade entre 7 e 11 anos). Um grupo participante foi do CEMEI Dolores Gritten del Castilho, localizado no bairro Parque Mambucaba e o outro grupo foi da Escola Municipal Mauro Sérgio da Cunha, localizada no bairro Campo Belo.
As informações coletadas nesses encontros vão integrar um diagnóstico da situação de vida, desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Este diagnóstico situacional deverá servir como guia orientador das prioridades a serem consideradas no processo de elaboração e implementação dos Planos Municipais da Primeira Infância, objetivo principal do PIC.
Utilizando uma metodologia participativa, em um ambiente lúdico e de livre expressão, a equipe do projeto fez a escuta qualificada sobre várias situações e contextos em relação à saúde, escola, família, espaços públicos, moradia e meio ambiente. Um dos assuntos abordados pelos participantes de Angra foi a preocupação com a família."Eu queria que minha família tivesse uma casa pra morar e parar de pagar aluguel, e ter alimentos até morrer", disse um dos alunos. Outra criança falou que, "queria que minha mãe tivesse um trabalho pra ter uma casa".
Quando questionados sobre as mudanças que fariam no país, mais de um participante afirmou que reduziria os preços do mercado e acabaria com a fome. "Acabaria com a pobreza e a fome"; "Eu ia baixar todos os preços do mercado para 1 real"; "Os preços no supermercado seriam mais baixos", foram algumas das declarações coletadas. As crianças debateram também o quanto gostam de brincar. Um participante declarou que, " é importante brincar porque, se a gente não brincar, a gente fica sedentário". Já outro falou que “é muito importante brincar com os amigos na pracinha".
A coordenadora de qualificação do PIC, Judite Dultra, enfatizou a importância desse processo para ajudar na elaboração de um diagnóstico participativo, para orientação dos municípios no que deve ser prioridade e ajudar a definir o direcionamento e uso responsável dos recursos públicos, atuando onde é realmente necessário para melhorar a qualidade de vida da população. “Nosso pressuposto básico é que as crianças têm direito de participar e que têm muito a contribuir para trazer uma ideia da realidade local, expressando de que forma se relacionam com a cidade onde vivem. Queremos entendê-las no seu mundo para compreender seus desejos imaginários e concretos”, conclui.
As rodas de escuta estão sendo realizadas nos municípios participantes do Projeto Primeira Infância Cidadã em cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte. No total, serão ouvidas cerca de 500 crianças, selecionadas pelos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de cada localidade. O projeto é realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e como parte da Iniciativa Territórios da Primeira Infância.
A Avante – Educação e Mobilização Social é uma OSC sediada em Salvador, Bahia. Atua, há mais de 25 anos, na garantia de direitos de crianças, jovens, mulheres, famílias e profissionais da educação, agentes comunitários e agentes públicos, participantes do Sistema de Garantia de Direitos (SGD). Como principal ferramenta de ação, a Avante faz uso de processos formativos que considerem os sujeitos como capazes de aprender, de construir significados e dar sentido às suas histórias, atuando crítica e colaborativamente na sociedade.






















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