RIO DEVERÁ INICIAR NEGOCIAÇÕES DE CRÉDITO DE CARBONO EM JANEIRO DE 2023
- Alana Oliveira
- 7 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Lançamento da Bolsa de Ativos Ambientais foi discutida no Fórum Estratégico da Alerj

O Estado do Rio está em fase final de negociação para o lançamento da Bolsa de Ativos Ambientais, o que deve ocorrer em janeiro. O contrato com a americana Nasdaq para negociações de crédito de carbono e outros ativos foi discutido durante painel promovido pelo Fórum Estratégico de Desenvolvimento do Rio, órgão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com a participação do secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Nelson Rocha.
“Estamos na fase final da assinatura do contrato com a Nasdaq, em que o estado se compromete a fomentar esse mercado que tem o potencial nacional de gerar, até 2030, R$ 100 bilhões em negociações de créditos de carbono. A Nasdaq já opera esse mercado nos países escandinavos como Suécia e Dinamarca, por exemplo. E já está expandindo para Singapura e Abu Dhabi. Esse mercado vai gerar derivativos e aí a Bolsa do Rio seria o centro de negociação de todo esse ecossistema que a Nasdaq está montando”, explicou o secretário.
Rocha destacou ainda o potencial do setor e o papel do Estado no Rio no desenvolvimento de uma economia sustentável.
“Para além da questão da sustentabilidade, temos que olhar a questão econômica que envolve esse setor que muitas vezes é deixado de lado. E o Brasil é o grande protagonista dessa nova economia. Com o lançamento da Bolsa de Ativos Ambientais, o Brasil volta a ter uma participação importante no cenário internacional com relação à questão ambiental. E o Rio de Janeiro volta a ter uma participação fundamental no mercado financeiro com foco em sustentabilidade e nós acreditamos que não existe possibilidade de desenvolvimento econômico e social sem isso”, defendeu. A secretária-geral do Fórum da Alerj, Geiza Rocha, destacou a importância de acompanhar o lançamento da Bolsa de Ativos Ambientais e seus possíveis impactos no Produto Interno Bruto do estado.
“Ficamos todos ansiosos com esse anúncio feito pelo secretário do lançamento da bolsa no início do próximo ano. Sabemos o quanto é importante para o Rio o aumento da arrecadação para possibilitar os investimentos necessários. Melhor ainda quando esse aumento de arrecadação está ligado a sustentabilidade”, celebrou.
Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) o grande desafio é fazer os produtores rurais entenderem como podem se beneficiar da negociação dos créditos de carbono.
“Temos grande expectativa pela abertura da Bolsa de carbono aqui no Rio. Mas o que temos percebido é que os produtores rurais ainda não entendem bem como podem se beneficiar dessa compensação que eles já fazem”, ressaltou a representante da Embrapa, Petula Ponciano.
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou que, com a sistematização do mercado de crédito de carbono, os produtores rurais precisarão se adaptar para obter os benefícios.
“O produtor rural sempre foi muito competente em produzir alimento em quantidade e qualidade garantindo a segurança alimentar. Agora o grande desafio é a sustentabilidade. O nosso desafio, a meu ver, é mostrar que já produzimos de forma sustentável. E que o mercado de carbono, na verdade, vai agregar valor ao produto que nós produtores já entregamos para sociedade”, esclareceu.
De acordo com a subsecretária de recursos hídricos e sustentabilidade da Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, Ana Asti, um dos grandes avanços da COP27 na questão dos recursos hídricos foi criado um fundo global para destinação de recursos para adaptação aos eventos climáticos extremos.
“Estamos vendo os eventos climáticos extremos cada vez mais próximos. Às vezes, na mesma semana. Temos escassez hídrica e enxurradas no mesmo território. Por isso, é tão importante a criação desse fundo para financiamento das adaptações para os países que mais precisam. Já temos a formação do grupo de trabalho que está estudando a regulamentação desse fundo para ser aprovada na próxima COP”, finalizou Ana.
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